A história do Pastel de Chaves remonta a 1862, quando uma vendedora, cuja origem se desconhece, percorria a cidade com uma cesta contendo uns pastéis de forma estranha e cuja quantidade não era suficiente para saciar os flavienses. Com tal escassez, e para satisfação da gula transmontana, a fundadora da Casa do Antigo Pasteleiro terá oferecido uma libra pela receita de tão gostosa iguaria.
Chaves tem muralhas, Castelo, campo entrincheirado, bastiões, portas, casas, igrejas que dão muito que ver. Tem porém no conceito do grande escritor brasileiro Afrânio Peixoto uma celebridade que conta a quem tem apetite: os pastéis… O gosto deu todas as artes. O sabor deu todas as ciências… Ele – Afrânio – o acentua; o presunto de Chaves é famoso; os pastéis de carne não têm rivais. (A Voz de Chaves, 3 de Setembro de 1959)
Perdurando na memória e no paladar, os pastéis acabaram por conquistar um lugar de destaque na gastronomia Nacional. Uma aposta que valeu o epíteto de ―melhores pastéis folhados de Portugal. (Revista Unibanco Janeiro / Fevereiro 2004)
O Pastel de Chaves é, deste modo, um símbolo da pastelaria do concelho de Chaves que concentra em si pormenores históricos e culturais que vale a pena identificar e proteger. A sua importância económica obriga-nos a ser responsáveis no sentido da preservação da receita e dos métodos tradicionais de modo a evitar usurpações da designação ―Pastel de Chaves. Aliás, a crescente notoriedade deste pastel tem originado o aparecimento no mercado de pasteis que, embora tendo a designação de Chaves, não correspondem às características físicas e sensoriais adequadas. Verifica-se, assim, o crescimento de uma produção que não é controlada e que não segue, quer a receita, quer as matérias-primas, quer ainda os métodos de produção, dos genuínos pastéis de Chaves.